terça-feira, 12 de julho de 2016

Tubarão e o fascínio do mar



  
Quando você entra no mar, uma voz na sua cabeça te lembra que podem existir tubarões escondidos naquela imensidão azul? Grandes tubarões brancos, com dentes enormes apenas esperando um banhista distraído para fazer um lanchinho? Tubarão (Darkside, 2015; 280pgs.), de Peter Benchley, é, provavelmente, a origem principal desse medo disseminado por todo o mundo.


“Para mim os tubarões significavam o desconhecido e o misterioso, de um perigo invisível e de uma ferocidade irracional.”

Quando lançou Tubarão, em 1974, Blanchley não imaginou, nem de longe, o sucesso que o livro ia fazer. Antes mesmo da publicação os direitos de filmagem foram comprados pela Universal Pictures e Spielberg (que ainda não era famoso) assumiu a direção. O filme, lançado em 1975 ainda é considerado um dos iniciadores da era dos blockbusters, batendo os recordes de bilheteria da época.
Em 2015 a DarkSide fez duas edições maravilhosas para relançar esse livro incrível. Com uma introdução escrita pelo autor em 2005, e marcador de página em formato de nadadeira com frames do filme, o livro é daqueles que vale a pena ter na estante.
Se você já viu o filme, pode achar que a leitura do livro é desnecessária porque, afinal, o que mais se tem a dizer sobre um tubarão assassino em um balneário no verão? Pois você se engana, pequeno gafanhoto! O livro é extremamente interessante. Um problema bem comum em filmes/livros de ação com monstros é que os personagens são, em geral, definidos apenas pelas suas ações em frente ao perigo. Ninguém tem outras motivações, ninguém é tridimensional. Não conhecemos suas histórias, seus medos, seus desejos. Os personagens de Blanchley, por outro lado, são muito bem construídos. O livro tem egoísmo, traições, frustrações, máfia, ciúmes, paixão, e tudo isso foi retirado para a montagem do filme.



A escrita de Blanchley é direta sem ser pobre. Além de bons personagens, sua história é limpa, sem cenas desnecessárias, sem enrolação, mas também sem pular etapas. Ainda que ele declare que não poderia escrever Tubarão nos dias de hoje, seu enredo de desenrola de uma forma absolutamente verossímil, palpável. O maior distanciamento da realidade se dá pelas ações atribuídas ao tubarão.
É legal saber que livro e filme tiveram grande impacto no interesse por ciências marinhas e estudo de tubarões. Pouco se sabia sobre tubarões na época da publicação do livro, e o autor aprendeu muito nos anos seguintes. Aprendeu que quase tudo que ele sabia sobre os tubarões estava errado, e a partir de 1990 passou a se dedicar a projetos de conservação marinha praticamente em tempo integral até sua morte em 2006.

Tubarão é um livro que vale a pena ser lido. Vale pelos seus personagens, vale pela sua história, que te prende do início ao fim, e vale, principalmente por nos apresentar (ainda que de maneira um tanto equivocada) a estes animais fascinantes que são os tubarões. Você já leu o livro ou viu o filme? Conta pra gente o que achou! ^^


“Não sei o quanto posso fazer por eles – não sei o quanto alguém pode fazer - , mas o que eu sei é que, depois de tudo que recebi dos tubarões, me sentiria um ingrato se não retribuísse de alguma maneira.”
 


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